Património Unesco na Eslovénia e Bósnia
Após termos documentado o Património da Unesco na Croácia abordamos neste post o Património da Humanidade em 2 dos países vizinhos: a Eslovénia e a Bósnia. Se está a pensar em fazer uma viagem à Croácia aproveite a facilidade de deslocação e visite também estes locais de destaque. 😊
A Eslovénia é um pequeno país ao norte da Croácia e que faz fronteira também com a Itália. Por exemplo de Veneza até à fronteira temos apenas cerca de 1 hora e meia de carro ou transportes públicos! Neste país encontramos 2 locais Património Cultural da Humanidade e outros 2 classificados como Património Natural.
Já a Bósnia é, injustamente, um dos grandes desconhecidos da Europa. Apesar de ser, na nossa opinião um dos países mais interessantes da região! Este país está praticamente encaixado na vizinha Croácia, sendo por isso muito fácil de chegar a partir desse país! E são 3 locais Património Cultural da Humanidade, para além da mistura de povos, arquitectura, influências e 3 religiões. Vá lá!
Veja a baixo o Património Mundial daUnesco na Eslovénia e Bósnia.
Eslovénia
Património do Mercúrio (Idria)
O local inclui as minas de Idria na Eslovénia, onde o mercúrio onde o mercúrio foi encontrado pela primeira vez em 1490. Há lojas e infraestruturas relacionadas com o mercúrio, bem como as casas onde os mineiros residiam e até um teatro construído para estes. Este local, junto com um outro em Espanha, é uma prova viva do comércio intercontinental de mercúrio, que gerou importantes trocas entre a Europa e a América ao longo dos séculos. Em conjunto representam as maiores minas de mercúrio do mundo, em operação até há poucos anos.
Palafitas na região dos Alpes
Esta designação inclui 111 locais com vestígios de assentamentos humanos pré-históricos em palafitas, ou seja, casas construídas sobre estacas. Localizados na região dos Alpes ou em locais próximos, esses vestígios datam do período entre o quinto milénio e o século V aC. e encontram-se nas margens de lagos, rios e pântanos. As escavações arqueológicas, realizadas apenas em alguns locais até à data, forneceram elementos que permitem perceber o quotidiano do homem do Neolítico e da Idade do Bronze na Europa alpina, bem como a sua interação com o meio ambiente. Esses assentamentos humanos, que formam um conjunto único de vestígios arqueológicos excecionalmente bem preservados e extraordinariamente ricos no plano cultural, constituem uma das fontes mais importantes para o estudo das sociedades agrárias primitivas da região.
Na Eslovénia há 2 locais em Kolišča na Igu, no Município de Ig.
As Florestas Antigas e Primárias dos Cárpatos e de Outras Regiões da Europa – Património Natural
Esta propriedade transfronteiriça estende-se por 12 países. Desde o fim da última Idade do Gelo, a faia europeia espalhou-se a partir de algumas áreas de refúgio isoladas nos Alpes, Cárpatos, Dinárides, Mediterrâneo e Pirenéus por um curto período de alguns milhares de anos num processo que ainda está em evolução. A expansão bem-sucedida em todo o continente europeu está relacionada com a adaptabilidade e tolerância das árvores a diferentes condições climáticas, geográficas e físicas.
Na Eslovénia encontram-se nas florestas de Krokar e Snežnik – Ždrocle.
As Grutas de Škocjan – Património Natural
Neste grupo excecional de cavernas calcárias podem encontrar-se numerosos buracos, uma rede de galerias de 6 km de extensão localizadas a mais de 200 metros de profundidade, inúmeras cachoeiras e uma das maiores câmaras subterrâneas de que há conhecimento. Este local, situado na região de Kras (literalmente Karst) é um dos mais famosos para o estudo dos fenómenos cársticos e está localizado na região de Kras (Karst), que deu seu nome a este tipo de formação geológica.
Bósnia e Herzegovina
Ponte Mehmed Paša Sokolović em Višegrad
A Ponte de Visegrad foi construída sobre o rio Drina, no leste da Bósnia e Herzegovina, no final do século XVI por Mimar Koca Sinan, arquiteto da corte otomana, sob as ordens do Grão-Vizir (equivalente à época do cargo de Primeiro Minisitro) Mehmed Paša Sokolović. A ponte segue o padrão típico do apogeu da arquitetura monumental e da engenharia civil otomana. É constituída por 11 arcos de alvenaria com aberturas de 11 a 15 metros, bem como uma rampa de acesso com quatro arcos perpendiculares, localizada na margem esquerda do rio. A ponte de 179,5 metros de comprimento é uma obra notável de um dos maiores arquitetos e engenheiros do período clássico otomano, Sinan, um contemporâneo do Renascimento italiano e executor de obras comparáveis às deles. As proporções elegantes e a nobreza excecional da ponte como um todo atestam a grandeza de seu estilo arquitetónico.
Zona da Ponte Velha do Centro Histórico de Mostar
A ponte de Mostar é o ex-libris da Bósnia, o cartão postal mais conhecido do país e a cidade, situada no alto do vale do rio Neretva, é um antigo entreposto fronteiriço otomano que se desenvolveu nos séculos XV e XVI. Pertenceu também ao Império Austro-Húngaro por um breve período entre os séculos XVIII e XIX. Mostar é famosa pelas suas antigas casas turcas e pela “Stari Most” (Ponte Velha), de onde adquiriu o nome. A maior parte do centro histórico da cidade, bem como a ponte projetada pelo famoso arquiteto Sinan, foram destruídos durante o conflito na década de 1990. A ponte e edifícios adjacentes foram, entretanto, reconstruídos podendo ser totalmente visitados. O bairro em redor da Ponte Velha é um exemplo notável de assentamento urbano multicultural, como evidenciado por seus vários edifícios pré-otomanos, otomanos orientais, mediterrâneos e ocidentais. A ponte reconstruída e o centro histórico de Mostar são símbolos da cooperação internacional e da coexistência de diferentes comunidades culturais, étnicas e religiosas.
Mais recentemente a ponte é usada para a competição de saltos livres patrocinada pela famosa marca de bebidas Red Bull!
As lápides medievais de Stecci
As lápides medievais (stecci) encontram-se em 28 locais dispersos pela Croácia e vizinhos Montenegro, Bósnia e Sérvia. São monumentos funerários característicos desta região que datam dos séculos XII a XVI. São esculpidos em calcário e apresentam grande variedade de ornamentos e inscrições que mostram a continuidade dos elementos medievais europeus e a persistência de tradições locais mais antigas.
As stecci são excelentes testemunhos dos aspetos espirituais, artísticos e históricos das culturas medievais do Sudeste Europeu, uma zona onde as tradições e influências das zonas ocidentais, orientais e do sul da Europa se fundiram com as tradições locais mais antigas. Estas campas são ainda notáveis pela inter-confessionalidade, usadas para os enterros pelas 3 comunidades cristãs medievais, incluindo a igreja Ortodoxa, a igreja Católica e a igreja da Bósnia.
Há 20 localizazções no país, sobretudo na região sudeste. O maior conjunto encontra-se em Radimlja, no Município de Stolac.
Outras leituras de interesse:
- Top 10 dos locais a visitar nos Balcãs Ocidentais
- Montenegro – o que visitar neste pequeno grande país!
- Tour Sérvia, Bósnia, Croácia e Montenegro – Outubro e Novembro 2020
In: UNESCO, Wikipedia e intothebalkans.com
Tradução: e adaptação: Into the Balkans