Porquê investir em experiências e não em coisas

Dinheiro, esse eterno dilema: em que gastar sem sentir-se culpado? Qual das muitas coisas que podemos adquirir com ele nos fará mais felizes? Devemos economizar para um carro novo … ou aguentar o que temos, e antes gastar numas super férias? Descobrimos que a ciência tem a solução.
Thomas Gilovich, psicólogo e investigador da Universidade de Cornwell (Estados Unidos), além de autor de vários trabalhos relacionados com a felicidade, é claro: o melhor que podemos fazer com as nossas economias é investir em experiências e não em coisas. Porquê? Para começar, ele e a equipa dele descobriram que o mero pensamento de pagar por experiências (bilhetes para um concerto ou o forfait para uma estância de ski, por exemplo) já oferecia ao consumidor maiores níveis de prazer do que fazê-lo na aquisição de coisas.
E não é apenas isso: acontece que falar sobre o que fizemos também nos traz muito mais bem-estar do que falar sobre bens materiais, e é por isso que as nossas conversas tendem a girar em torno do primeiro ponto. “Recordar uma experiência facilita o seu alívio, encoraja o seu embelezamento (quanto mais falamos sobre o tempo que escalamos o Monte Rainier, mais nos tornamos um “alpinista “) e estimula a ligação social, o que aumenta o aproveitar do evento original “, diz Amit Kumar, assistente de pesquisa de Gilovich. “Isso não acontece com o material”, conclui ele.
Na opinião de Jaime Burque, psicólogo da Hodgson & Burque, o facto de uma experiência nos dar mais felicidade (e de maior duração) do que um bem acontece porque gera com mais intensidade e solidez muitos dos seguintes pontos:
- Faz-nos estar atentos ao momento presente
“Quando vivemos uma experiência ao máximo, praticamos mindfulness a 100%, ou seja, vivemos plenamente o presente, e esse é um óptimo ingrediente da felicidade.”
- Ajuda-nos a aprender
“As experiências (seja fazer um Interrail ou andar de bicicleta) fazem-nos aprender, fazem-nos ganhar autonomia e aumentar a nossa sensação de controle sobre as coisas, o que, por sua vez, melhora nossa auto-estima.”
- Abre-nos a mente
“Também melhora a nossa tolerância e flexibilidade perante a vida, e pode ajudar a quebrar ideias irracionais, tudo elementos fundamentais para aumentar a felicidade.”
- Aumenta as nossas emoções positivas
“E também de forma constante, quer seja antes de qualquer experiência (aguardando por uma viagem), ou durante (o relaxamento ao fazer uma caminhada) ou depois (a alegria de recordar aquele dia com os amigos na praia, ou um Interrail). Uma experiência proporciona lembranças muito mais poderosas, intensas e agradáveis ao nosso cérebro”.
- Incita-nos a partilhar
“As experiências podem ser partilhadas com outras pessoas de uma forma mais poderosa, seja no momento, seja lembrando-as ao longo do tempo.”
- Faz-nos desenvolver capacidades psicológicas
“Quando vivemos uma experiência, há pontos fortes psicológicos como a curiosidade, a apreciação da beleza, a paixão pela aprendizagem ou a vitalidade, que por sua vez aumentam a felicidade.”
- Dá-nos a possibilidade de viver uma Peak Experience
“Podemos viver o que é chamado em psicologia uma experiência de pico (Peak Experience), um termo usado nesta ciência para se referir àquelas situações em que uma pessoa experimenta um sentimento de admiração, de elevação pessoal, em que a sensação de tempo tende a desvanecer e o sentimento de emoção faz com que todas as necessidades estejam aparentemente satisfeitas “. […]
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Tradução: intothebalkans.com