A grandiosidade modernista de Belgrado: arquitectura Brutalista

Em 2015 o fotógrafo italiano Roberto Conte viajou pelos inúmeros edifícios modernistas e brutalistas da capital Sérvia, Belgrado, documentando os desenvolvimentos arquitetónicos que ali ocorreram nos anos 60 e 70. Esta série fotográfica chamada “grandiosidade modernista de Belgrado” capta alguns dos edifícios e estruturas mais famosas através de uma lente crua e descomplicada focada nos edifícios como eles aparecem na vida real. Pelos olhos de um transeunte, Conte apresenta a rigidez, o domínio imaculado das inúmeras estruturas arquitetónicas imponentes de Belgrado.

 

Genex Tower, a porta ocidental de Belgrado (zapadna kapija beograda), de Mihajlo Mitrović (1980). Foto de capa: Os blocos Bežanijski, Nova Belgrado, de Darko Marušić, Milenija Marušić e Milan Miodragović (1973)

 

Segundo a Wikipedia “o Brutalismo foi um movimento arquitetónico desenvolvido por arquitetos modernos entre 1951 e 1975 e desenvolveu-se a partir de uma radicalização de determinados preceitos modernos. Apesar de hoje ser chamado como movimento, não se constituiu efetivamente de um projeto coletivo com ideais comuns. O brutalismo privilegiava a verdade estrutural das edificações, de forma a nunca esconder os seus elementos estruturais (o que se conseguia ao tornar o cimento armado aparente ou destacando os perfis metálicos de vigas e pilares). O Brutalismo como filosofia arquitetónica estava frequentemente associado com a ideologia utópica socialista que era normalmente apoiada pelos seus designers. Este estilo teve bastante importância em países comunistas entre meados dos anos 60 e finais dos anos 80 (na Bulgária, Checoslováquia, Alemanha de Leste, URSS e Jugoslávia)” mas também foram construídas infraestruturas deste estilo noutros países: Inglaterra, EUA, Austrália, Brasil, Argentina, etc.

“Passear por Belgrado, a capital da Sérvia e da antiga Jugoslávia, pode ser uma experiência impactante, quase surreal, para pessoas interessadas na arquitectura brutalista e modernista em geral”, diz Roberto Conte. “Depois do final da 2ª Guerra Mundial – e especialmente entre os anos 60 e 70 – muitas estruturas massivas e impressionantes apareceram por toda a cidade, até mesmo fora das suas fronteiras originais, se tivermos em conta o enorme desenvolvimento urbano da zona planificada de Nova Belgrado”.

 

Os edifícios Rudo, porta oriental de Belgrado (istočne kapije beograda), de Vera Cirković e Milutin Jerotijević (1976)

 

A série fotográfica documenta edifícios tais como as Torres Genex, também chamadas de Portas Ocidentais. É uma estrutura de 140 metros de altura composta por 2 torres ligadas por um corredor, com um restaurante, no último andar. Do outro lado da cidade encontra-se o complexo residencial “Rudo” ou a Porta Oriental: 3 torres de 100 metros de altura que se assemelham a umas escadas, dispostas em círculo a 120º e que fazem lembrar um enorme mandril mecânico. A mesma disposição de elementos pode ser vista nos 3 pilares inclinados da também gigante Torre de Avala, localizada nos arredores da cidade, a sul. É uma torre de telecomunicações de 204,5 metros de altura e ainda consegue parecer futurística, apesar da idade (a torre original foi destruída nos bombardeamentos da NATO em 1999).

 

A torre Avala, de Uglješa Bogdanović, Slobodan Janjić e Milan Krstić (construída em 1965, destruída em 1999, reaberta em 2010)

 

“Se sobrevoarmos Belgrado veremos vários elementos arquitetónicos emergindo espacialmente no horizonte urbano”, continua Conte, “a maior parte usados para fins residenciais e planeados numa cidade com uma população em crescimento, num estado que estava a tentar encontrar a sua própria via para o socialismo. São estruturas com um design cru e reto, sem nenhum tipo de decoração e destinados a maximizar o uso do espaço, que se tornaram a casa de muita gente em diferentes partes de Belgrado, como os complexos residenciais em Banjica e Vozdovac.”

 

Torre residencial em Karaburma, conhecida como ‘o edifício toblerone’, de Rista Sekerinski (1963)

Torre residencial Voždovac, de Stana Aleksić e Branko Aleksić (1969-1973)

Instituto do Planeamento Urbano, de Branislav Jovin (1967-1970)

Centro desportivo 25 de Maio, de Ivan Antic (1973)

À esquerda o complexo residencial Banjica residential, de Branislav Karadžić, Slobodan Drinjaković e Aleksandar Stjepanović (1976)

Complexo residencial, Nova Belgrado, de Božidar Janković, Branislav Karačić e Aleksandar Stjepanović (1974)

Academia médica militar, de Josip Osojnik e Slobodan Nikolić (1973-1981)

Subestação elétrica, de Aleksandar Djokić (1979)

 

Tem interesse em percorrer estes e outros locais emblemáticos da Belgrado da segunda metade do século XX? De descobrir o sonho socialista da Jugoslávia? De descobrir os edifícios chave como o antigo Parlamento da Jugoslávia, a antiga sede do Partitido Comunista ou o local onde o eterno Presidente, o Marechal Tito, foi sepultado? Contacte-nos para agendar o seu tour pela cidade com os nossos guias locais!

 

 

Fonte: https://www.designboom.com/architecture/roberto-conte-modernist-majesty-belgrade-12-27-2016/?utm_content=buffercc8e8&utm_medium=social&utm_source=facebook.com&utm_campaign=buffer e https://pt.wikipedia.org/

Fotos: https://www.designboom.com/architecture/roberto-conte-modernist-majesty-belgrade-12-27-2016/?utm_content=buffercc8e8&utm_medium=social&utm_source=facebook.com&utm_campaign=buffer

Tradução: Into the Balkans

 

 

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