10 Razões para fazer uma viagem conjunta aos países da Ex-Jugoslávia
A ex-Jugoslávia (Eslovénia, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Sérvia, Macedónia, Montenegro e Kosovo) é uma região cheia de História e estórias que merece ser visitada em profundidade, por inteiro, em detrimento de visitar apenas país a país de forma superficial. Visitar apenas uma ou outra cidade de forma a fazer “check” na lista de locais a visitar é perder a oportunidade de ver e conhecer para além do óbvio.
Assim, elaborámos uma lista que ajuda a perceber porque se deve visitar a região como um todo.
1. Até 1991 estávamos num só país, a Jugoslávia
Para um português ou brasileiro é difícil assimilar a velocidade a que mudam as fronteiras nesta parte do mundo. Hoje quando fazemos uma viagem pela Eslovénia, Croácia e Bósnia (por exemplo) passamos por 3 países, e precisamos por exemplo de 3 moedas diferentes: Euro, Kuna e Marco convertível, respectivamente. Até 1991 não chegaríamos a sair do mesmo país, apenas passaríamos por regiões diferentes.
2. Os laços históricos não desaparecem facilmente
Portanto 27 anos (1991 a 2018) não chegam para apagar as ligações históricas, económicas e sociais entre estes países que passaram a maior parte do século XX juntos. Durante a Jugoslávia obviamente as pessoas viajavam livremente pelas várias regiões e iam viver para diferentes locais, pelo que hoje é muito frequente encontrar famílias verdadeiramente “jugoslavas”, com os antepassados oriundos de várias destas regiões ou nacionalidades e até de diferentes crenças religiosas. Perceber essa diversidade é perceber a região.
3. A cultura e a gastronomia são comuns
Tantos anos juntos (a maior parte do século XX) e antes disso tantos séculos de presença de potências estrangeiras, nomeadamente turcos e austríacos, teria que deixar marcas. Assim, em qualquer destes países vamos encontrar iguarias que não são nem de um nem de outro e são de todos ao mesmo tempo como por exemplo o Burek (massa folhada recheada com carne, queijo ou espinafres) ou o Cevapi (uns rolinhos de carne grelhada servido com kajmak, um produto entre manteiga e queijo que derretido na carne a torna saborosíssima), ou até mesmo o café que aqui, como em Portugal, é toda uma instituição. Normalmente a Bósnia é apontada como o sítio onde a comida e o café são mais saborosos!
Também o panorama musical ainda é bastante imune às fronteiras, tanto os cantores ou grupos actuais que acabam por ser muito conhecidos em todos estes países (o facto de todos falarem a mesma língua, o sérvio/croata, ou pelo menos a entenderem dá um contributo importante) como os anteriores à divisão do país. Os clássicos dos anos 80 e 90 continuam a fazer pate do quotidiano em todos os países.
4. A Bósnia é um caldeirão de nações e religiões
É impossível visitar a Bósnia e Herzegovina sem ouvir falar permanentemente de nacionalidades e religiões. São os bosníacos – populações de religião muçulmana, os croatas – católicos, e os sérvios – religião ortodoxa. Todos vivem lá, há séculos, mas nos anos 90 extremaram posições originando uma guerra civil.
Portanto, para percebermos a peculiaridade de um país como a Bósnia precisamos de perceber porque coabitam historicamente estas 3 religiões e que implicações isso teve nas guerras dos anos 90. Parece, portanto, interessante visitar também a Croácia e a Sérvia aquando da ida à Bósnia, certo?!
5. E não é o único
A Bósnia é o caso mais evidente desta mistura de povos e religiões, mas não é o único. O Montenegro é facilmente incluído numa visita à Sérvia (sobretudo no verão 😊) partilhando ambos população, religião, língua, etc. Não foi por acaso que a Sérvia e o Montenegro constituíram um só estado até 2006.
Por outro lado, também pode ser interessante incluir o Montenegro numa visita à costa adriática, percebendo porquê os vizinhos do norte – Eslovénia e Croácia – têm populações católicas mas o Montenegro é maioritariamente ortodoxo.
Mas poderíamos incluir aqui outros: A Macedónia, a própria Sérvia e, em menor medida a Croácia, acolhem nas suas fronteiras populações de outras nacionalidades e religiões que constituem de certa forma uma continuidade com os países que os rodeiam e que por isso faz sentido visitá-los como um grupo e não por separado.
6. O passado sempre presente
O ideal é mesmo preparar um pouco a viagem antes de vir, documentar-se um pouco, para já estar minimamente familiarizado, ao chegar, com tanta diversidade e tanta História. Para entender a dissolução da Jugoslávia nos anos 90 precisamos de perceber em primeiro lugar porque esse país foi criado. Isso é uma missão quase sem fim! Porque foi tão importante a nível geoestratégico e político durante a Guerra Fria no meio dos 2 blocos antagónicos?
Qual a importância que teve na 2ª Guerra Mundial ou porque a 1ª Guerra Mundial aqui se iniciou? Ou antes disso, porque aqui se digladiaram turcos e austríacos durante séculos?
Só assim poderemos entender a organização quase germânica das cidades eslovenas, um estilo arquitectónico “italiano” na costa eslovena e norte da costa croata, a forte presença de populações muçulmanas ou até a utilização de 2 alfabetos (latino e cirílico).
7. Alguns países são demasiado pequenos para justificarem uma viagem única
Alguns destes países são realmente pequenos pelo que apenas justificam uma viagem em exclusivo para quem quiser entrar em muito detalhe, não para a maior parte dos turistas.
A Macedónia, Eslovénia, Montenegro e a região do Kosovo são mais pequenos que o Alentejo, os últimos 2 bastante mais pequenos até. Mesmo os restantes, Sérvia, Croácia e Bósnia são todos mais pequenos que Portugal.
Isto significa que facilmente se combinam vários países numa só viagem.
8. É já ali ao lado!
Quem vai a Zagreb (capital da Croácia) está a pouco mais de uma hora de Ljubljana (capital da Eslovénia).
Quem vai a Dubrovnik (Croácia) está a 2 horas de Kotor (Montenegro) ou de Mostar (Bósnia) e daí é mais um pulinho até Sarajevo.
Apenas para citar capitais e cidades Património Mundial da UNESCO que por si só já justificam uma visita, mas há muitos outros exemplos!
9. Porque agora é o momento
Agora é o momento para visitar estes países. Dos 7, apenas 2 estão na União Europeia: Eslovénia e Croácia. E sabemos que ao integrar o espaço comum europeu todos os países se tornam mais atractivos e vistos como um novo destino turístico, o que acontece sobretudo com a Croácia na temporada alta. Os restantes países ainda são bastante desconhecidos, pelo que, visitá-los agora ainda oferece a possibilidade de ter uma experiência autêntica, quase personalizada.
A gastronomia ainda é local, os costumes ainda são autênticos e os turistas são vistos com alguma curiosidade. Os locais ainda estão dispostos a entabular conversa com um turista, o que torna a visita muito mais enriquecedora.
Para além disso os preços ainda são “simpáticos” na maioria destes destinos.
10. Primeiro estranha-se, depois entranha-se!
Visitar a ex-Jugoslávia é uma experiência única e portanto não vai querer voltar para casa! Vai ficar fascinado com qualquer um dos países por onde começar e a seguir vai querer continuar à descoberta!
Aconselhamos, portanto, uma visita com duração média. Neste link pode encontrar os Tours estão programados bem como outras sugestões. Entre em contato para montarmos o seu roteiro à medida!
Outras leituras de interesse:
- Eslovénia, o país mais verde da Europa
- 5 razões para visitar a Macedónia
- 7 motivos para visitar a Sérvia – um destino bonito e barato
Fotos: todas de intothebalkans.com exceptuando a de Sarajevo, de https://jetsettingfools.com
Texto: Into the Balkans